Ailton Krenak eleito para Academia Brasileira de Letras

Eleito para a cadeira número 5 da Academia Brasileira de Letras (ABL), o ativista Ailton Krenak é o primeiro escritor indígena a se tornar um imortal da instituição de 126 anos, que muitas vezes é vista como elitista e conservadora e que já elegeu o ex-presidente José Sarney, mas que em 2022 empossou Gilberto Gil.

Krenak vem se destacando nos últimos anos como um dos principais pensadores brasileiros pelas lutas sociais não só dos indígenas. A eleição do escritor foi confirmada na quinta-feira (5) e com isso, Krenak ocupará a cadeira vaga desde o falecimento do historiador José Murilo de Carvalho, em agosto.

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Vitória expressiva

Autor de obras como “Ideias para adiar o fim do mundo” (2019), “A vida não é útil” (2020), “O sistema e o antissistema” (2021), “Futuro ancestral” (2022) e “Um Rio UM Pássaro” de 2023, Krenak teve vitória expressiva. Foram 23 votos contra os 12 recebidos pela escritora e historiadora Mary Del Priore e os quatro do também indígena Daniel Munduruku.

Aos 70 anos recém comemorados (nasceu em 29 de setembro de 1953), Ailton Krenak, já teve sua poesia e filosofia traduzida para diversos idiomas e desde os anos de 1970 é ativista da causa dos povos originários e da preservação do meio ambiente.

Krenak e a Constituição Cidadã

A atual Constituição Federal, que completou 35 anos no mesmo dia em que Krenak era eleito, teve um pouco de participação do mesmo, que durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1987/1988, se juntou a outros líderes indígenas para pressionar os parlamentares a incluírem no novo texto da Carta Magna, artigos que protegessem os direitos indígenas, o que abrange de terras a cultura.

Da luta de Krenak e das lideranças surgiu o “Capítulo dos índios”, o capítulo 8º na Constituição, que no Artigo nº 231 fala que “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.”

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