O Dia do Barman, 4 de outubro, celebra o ofício desse profissional que além de simplesmente servir o que lhe vem nas comandas, deve estar pronto a fazer aquele drink sofisticado.
E não muito diferente do que acontece em um bar tradicional, estilo boteco, a relação nos dois lados do balcão deve ser harmoniosa.
O barman também está pronto para ouvir mais que pedidos. O https://portaldahora.com/ conversou com o bartender Tadeu Rubim sobre os caminhos da profissão.
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O caminho da coquetelaria
Há 10 anos na profissão, Tadeu Rubim, vem consolidando seu nome nessa constelação. “Precisei por um tempo trabalhar de atendente em um bar, e em uma noite de muito movimento, fiquei encarregado das caipirinhas e caipiroskas. Mesmo tendo algumas noções do preparo, o barman da casa me deu as primeiras aulas”, conta Tadeu.
Freelancer na casa noturna, Tadeu viu aí a hora da mudança, já que ser atendente não era o que queria. “Agora trabalhando exclusivamente no bar, fui buscar mais conhecimento, adquirir mais experiência”, afirma o profissional.
Para o bartender, a aura de sofisticação que envolve o ofício é apaixonante. “Fui pegando gosto pela arte. E ouvindo os nomes dias drinks tentava imaginar do que eram feitos. Ouvia falar em ‘Sex On The Beach’ e ‘Alexander’ e queria saber o porquê dos nomes e ingredientes. Aos poucos fui me encantando e resolvi trabalhar só como bartender”, disse Tadeu.
Nesse ponto a qualificação profissional é o investimento a ser feito. E é a prova de que se está apto a trabalhar na coquetelaria.”Já como barman da casa e com experiência e conhecimento acumulados, me vi precisando de certificação. Fiz cursos na área, de iniciante mesmo, e fui subindo.Hoje, qualificado, posso atender em qualquer estabelecimento que peça um bartender, bar, boate, hotel e eventos”, afirma Tadeu.
Do ‘mais do mesmo’ ao sofisticado
Tadeu explica que enquanto não chega “aquele pedido”, o barman atua como o responsável por um bar tradicional.
“Tudo do meu lado do balcão é de minha responsabilidade. Eu mesmo vou aos freezers, sirvo os clientes no balcão. Com o tamanho da casa e do evento, ou da movimentação da noite, posso contar com um ‘bar back’, um auxiliar para esse atendimento mais urgente. Mas a responsabilidade pelo atendimento é sempre do bartender. Nenhum cliente pode ficar sem ter seu pedido atendido”.
Por ter sido bar back, Tadeu reconhece a importância desse auxílio e sempre enxerga um novo colega de ofício.
“Com o tempo e experiência adquirida, é possível que esse auxiliar se torne também um barman, já por dentro de toda a movimentação da noite. É uma escola para quem quer se profissionalizar na área”, destaca Tadeu.
Pronto para ouvir
Tadeu afirma que por fazer um atendimento ‘cara a cara’, o ofício de barman não difere muito do que se vê nos bares tradicionais. É olho no olho e ouvidos abertos.
“Quando me vem a comanda com o pedido, basta atender sem demora e sem vacilo. Mas o cliente no balcão, cara a cara, se vê com liberdade para conversar, matar a curiosidade, mesmo. Daí para as dicas e conselhos, é como no balcão de qualquer bar e temos que ‘dominar’ qualquer assunto “, ressalta o profissional.
Concorrência e camaradagem
Mesmo com o ofício sempre em crescimento e em constante renovação, a camaradagem entre os profissionais ainda é maior que a concorrência.
“Como em todo segmento, existe a concorrência. Em Manaus são centenas de profissionais em diversas casa, muitos destes fazem eventos particulares. A concorrência existe aí, na procura do cliente pelo melhor preço e atendimento. Mas dependendo da agenda, um colega indica o outro para manter a profissão sempre em movimento “, conta.
Adaptação ao ambiente
O barman , explica Tadeu, deve estar sempre pronto a se adaptar ao ambiente em que trabalha e ainda assim conseguir deixar sua assinatura.
“Sempre em evolução, nos adaptamos a nova casa, ao lugar em que vamos trabalhar. Antecipando uma primeira noite de trabalho, avaliamos o tamanho do evento, a demanda da casa, a expectativa de público. Assim fazemos a ‘mise em place’ para que tudo siga sem atrasos”.
O serviço também é customizado, conta o barman. “A ‘mise em place’ também é feita em pequenos eventos. A festa da empresa, o churrasco dos amigos O barman deve estar pronto para esse atendimento mais exclusivo. E não esquecemos daqueles que não consomem álcool. Afinal estes estão no mesmo evento e, além de água, suco e refrigerante, também se encantam com as cores dos drinks alcoólicos, e estamos prontos a servir uma versão não alcoólica destes”, fecha Tadeu.
Se não houvesse essa adaptação ao gosto do cliente com que cara um barman ficaria ao ouvir de James Bond o pedido de um dry martini seguido da recomendação “mexido, não batido”. Não seria nada bom desagradar o Agente 007.